Edifício Martinelli

 


 
Localizado na Rua Líbero Badaró, 504, no centro de São Paulo, o Edifício Martinellié um dos principais marcos da arquitetura brasileira.

Para quem ainda não conhece sua história, o Edifício Martinelli foi o primeiro grande edifício da América Latina, com 30 andares.

Construído no ano da quebra da bolsa de Nova York, o edifício simbolizou progresso para toda a cidade. Na época, edifícios com menos de 10 andares poderiam ser considerados muito altos. Quando o Martinelli foi construído, muitos temiam passar pela São João, com medo de que o prédio desabasse. 



Apesar de todo o êxtase da construção, Martinelli não conseguiu pagar pelo prédio, e teve de financia-o com uma empresa italiana, o que traria problemas durante a segunda guerra mundial, quando a união toma o prédio pra si, e muda o nome do edifício para “Edifício América”.


                                

Com a decadência do governo nas décadas seguintes, o prédio acaba sofrendo um abandono terrível, devido ao aluguel barato em zona do centro, acaba sendo atrativo para as classes mais baixas, e é conhecido os cabarés que funcionavam no subsolo do Martinelli, as escadas do prédio funcionavam como um antro de prostituição.

O prédio literalmente viraria um cortiço, uma favela vertical. Em 1947, um crime brutal é cometido contra o garoto judeu Davidson, violentado, estrangulado e jogado pelo poço do elevador, o assassino chamado de “Meia Noite” foi preso e acabou confessando o crime.

Em 1950, primeiros anos que os abandonos se mostram significativos, temos o depoimento de José Francisco Cascone, que trabalhava em uma joalheria no 19º andar, ele diz:

Das 8h às 17 horas havia atividades exclusivamente comerciais, com circulação de clientes de joalheiros e alfaiates renomados, e que entravam pela rua Líbero Badaró. Mas, a partir desse horário até 7 horas da manhã, era um completo e perfeito prostíbulo, onde ocorria solto drogas , bebidas e sexo. Os elevadores não eram usados e as escadas serviam de passarela para os mais absurdos desfiles de prostituição.”
  

Com o passar dos anos a degradação vai ficando cada vez intensa, casos de suicídio vão aparecendo e crimes começam a ficar frequentes, um outro caso só que nos anos 60 que deu alguma repercussão foi o da menor Márcia Tereza, que foi estuprada por 5 bandidos e depois morta, em um dos apartamentos do prédio.



Conforme as pessoas iam tomando conta do prédio, a higiene ficava cada vez mais decadente, há relatos que o lixo era despejado diretamente nos poços de elevador, e que já chegou a altura do sexto andar, apenas seis de seus elevadores funcionavam, e não podia se chamar, tinha-se que gritar para que parasse no andar que estava.

Dizia-se que devido ao lixo acumulado, o prédio inteiro tinha um odor forte e inconfundível, que muitos associavam com a própria morte, segundo um relado de João Alves Vieira, um antigo frequentador do centro: “Dava muito medo passar por perto do edifício, sempre a gente escutava histórias terríveis de lá, cada uma pior que a outra”.

Devido ao constante abandono e a medida que traficantes e prostitutas começaram a frequentar o prédio, abriu-se uma igreja no 17º andar com o nome de “A Igreja do Deus Vivo”, fundada pelo pastor Sinésio Cagliari, e sua esposa a missionária Elza Cagliari, talvez como ultimo recurso para recolher as pobres almas perdidas que tanto frequentavam o prédio.

O conde Martinelli depois de reaver sua fortuna, tinha ódio e vergonha de sua própria obra, dizia sua filha que quando tinha uma viagem a negócios em São Paulo, ele fazia de tudo para não passar por perto do prédio, e perceber que sua maior obra e tentativa de fazer um grande marco na capital, tinha resultado em uma grande favela horizontal, abandonada e com cheiro de morte.

O prédio seria demolido se nos anos 70, o então prefeito Olavo Setúbal não tivesse entrado com um processo de revitalização e recupera-se o prédio para a prefeitura, reformando por completo e instalando alguns órgãos públicos no prédio e vendendo alguns andares para grandes empresas, foi durante as reformas que encontrou nos poços de elevadores diversas ossadas e restos humanos.

Seria o fim do tormento do prédio? Nem tanto, até hoje há quem diz que pelos corredores transita uma garota loira, de roupa branca com os cabelos cobrindo a face, as vezes sem rosto algum, seria um espírito preso pelas tragédias ocorridas no prédio? Alguns dizem que o espírito é dos tempos da criação do prédio.

Relatos

Há quem diz que o 8º andar era assombrado, principalmente durante os anos 90 e inicio de 2000, que o mesmo era desabitado, perguntado a uma funcionária como foi a mudança de seu setor para o andar, ela responde: “No começo foi bem complicado, sentia-se uma sensação meio estranha e de fato aquele andar era mais frio do que todos os outros do prédio”, por diversas vezes os funcionários da limpeza e acessoristas escutam sons estranhos vindo dos andares ainda desabitados (6º, 5º e 4º) assim como chamadas suspeitas de elevador.



Algumas pessoas afirmam já ter escutas vozes vindo do fundo do elevador desativado e visto vultos que pairavam sobre os corredores.


 
 


Um visitante diz ter visto uma menina brincando pelos corredores sozinha,e quando ele menos esperava ela desapareceu , talvez seriam o espirito da menor Márcia Tereza.



O tempo passou e uma construção de um sonhador italiano até hoje trás medo e espalha terror na imaginação das pessoas, o prédio hoje é aberto a visitas turísticas, onde pode se contemplar os grandes e frios corredores e observar a casa do conde e toda sua vista estonteante.


 
 
 



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